terça-feira, 27 de novembro de 2012

Instrumentos de Trabalho de um Aprendiz Franco Maçon




A MAÇONARIA É UMA INSTITUIÇÃO DE HOMENS E MULHERES LIVRES E DE BONS COSTUMES, ESSA FRASE PARA OS PROFANOS TALVEZ NÃO EXPLIQUE ABSOLUTAMENTE NADA, MAS PARA UM OBREIRO ATENTO E DEDICADO A SUA LOJA, EXISTE UM SIGNIFICADO MAIS PROFUNDO, POIS A MAÇONARIA É CONSTITUIDA DE HOMENS E MULHERES DE LIVRES PENSAMENTOS E AÇÕES JUSTAS, POIS O MAÇON NÃO E BOM NEM MAL É APENAS JUSTO, NA ORDEM NÃO EXISTEM AMARRAS OU DOGMAS QUE POSSAM CONSTITUIR UMA PRISÃO AO PROGRESSO DO VERDADEIRO IRMÃO, O MAÇON QUE ENTENDE A TRÍADE MAÇONICA: LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE, COMO A HABITO DE UMA VIRTUDE, TÃO BEM DEFINIDA, E ILUSTRADA POR SEUS SIMBOLOS E RITUALISTICAS, ELA PROCURA DESENVOLVER AS POTENCIALIDADES E VIRTUDES QUE LEVAM AO RECEM INICIADO, A BUSCAR O APERFEIÇOAMENTO MORAL, INTELECTUAL E ESPIRITUAL.
SIMBOLOGIA MAÇONICA: É A ARTE DE EXPRESSAR POR MEIO DE SIMBOLOS, OS CONHECIMENTOS QUE LEVAM A CADA IRMÃO A UMA PROFUNDA REFLEXÃO.
A DEFINIR MAÇONARIA EM PALAVRAS SERIA IMPOSSIVEL, TÃO SOMENTE ABREVIAR SUA IMENSA IMPORTANCIA A HUMANIDADE, O ENSINAMENTO MAÇONICO NOS FALA QUE:

·         A MAÇONARIA E SISTEMA PECULIAR DE MORALIDADE VELADO EM ALEGORIAS E ILUSTRADO POR SIMBOLOS.

AS ORIGENS DA MAÇONARIA OPERATIVA, QUE TEM SEU INICIO, NAS GUILDAS DE PEDREIROS, E DE CARPINTEIROS, CUJAS RAMIFICAÇOÊS SE ESTENDIAM NA IDADE MEDIA SOBRE TODA EUROPA OCIDENTAL, ESSES MAÇONS OPERATIVOS, UTILIZAVAM FERRAMENTAS DE TRABALHO, ALGUNS COM A FINALIDADE BEM DEFINIDAS, PARA QUE PUDESSEM FAZER UM BOM TRABALHO, ATUALMENTE ESTAS FERRAMENTAS, ELAS SÃO USADAS COMO SIMBOLOS, QUE PERMITEM VELAR INSTRUÇÃO PARA CONHECIMENTO DOS PROFANOS, MAS FAZEM PARTE DO ENSINAMETO, QUE PERMITE INSTRUIR OS IRMÃOS NA ARTE REAL, ATRAVEZ DO SIGNIFICADO FILOSOFICO, COMO EXEMPRO:

·         A REGUA DE 24 POLEGADAS
·         MAÇO
·         CINZEL 
·          
ESTES SIMBOLOS SÃO APRESENTADOS, AO NEOFITO NA INICIAÇÃO, ELE E INSTRUIDO, A CONHECER SEUS FUNDAMENTOS OPERATIVOS E FILOSOFICOS, BUSCANDO NA PRATICA, A REALIZAÇÃO DO SEU PROGRESSO NA ORDEM. ESTES INSTRUMENTOS DE TRABALHO ERAM USADOS PELOS APRENDIZES NOS CANTEIROS DE OBRAS, COMO A MAÇONARIA PASSOU POR UMA TRANSFOMAÇÃO, NOS DIAS ATUAIS NOS MAÇONS, JÁ NÃO SOMOS MAIS OPERATIVOS, MAIS ESPECULATICOS, EM NOSSA EPOCA, ONDE AS INSTRUÇÕES SÃO CADA VEZ MAIS
PROPAGADAS, OS INSTRUMENTOS SÃO USADOS COMO SIMBOLOS, QUE PERMITEM GRAVAR OS ENSINAMETOS NA MENTE, E CAUSAM UMA TRANSFOMAÇÃO NA VIDA DE CADA NEOFITO,
ESTAS FERRAMENTAS FORAM MANTIDAS E CARREGADAS DE MUITO SIGNIFICADOS, QUE TEM POR RAZÃO, INSTRUIR O APRENDIZ, SOBRE MORALIDADE, ETICA E ESPIRITUALIDADE...

A REGUA DE 24 POLEGADAS É UM INSTRUMENTO USADO POR MAÇONS OPERATIVOS PARA MEDIR E MOSTRAR SEU TRABALHO, MAS NOS, COMO MAÇONS LIVRES E ACEITOS, FAZEMOS O USO DELA PARA ALGO MAIS NOBRE, A GLORIOSA CAUSA DE DIVIDIR O NOSSO TEMPO, ESTE
SIMBOLO REPRESENTA UMA CONDUTA RETA COM DISCIPLINA E MEDITAÇÃO. AS 24 POLEGADAS NO MEDIDOR SÃO EMBLEMATICAMENTE, ÀS 24 HORAS DO DIA, QUE SOMOS ENSINADOS A DIVIDIR EM TRÊS PARTES IGUAIS. ENCONTRAMOS OITO HORAS DE SERVIÇO A DEUS E UM IRMÃO AFLITO, AS OUTRAS OITO HORAS PARA NOSSAS VOCAÇÕES HABITUAIS E AS ULTIMAS OITO HORAS PARA DESCANÇAR E DORMIR.

O MALHO É UM INSTRUMENTO USADO POR MAÇONS OPERATIVOS PARA INTERROMPER AS ESQUINAS DE PEDRAS ÁSPERAS E, PARA MELHOR AJUSTA-LAS AO USO DO CONSTRUTOR, PORÉM, NÓS MAÇONS LIVRES E ACEITOS, O USAMOS PARA A MAIS NOBRE GLORIOSA CAUSA: DE PRIVAR NOSSOS CORAÇÕES E CONSCIÊNCIAS DE TODO OS VICIOS E SUPERFLUIDADES DA VIDA, É O SIMBOLO DA FORÇA, DO CARATER E DA INTELIGENCIA, QUE PRESENTA O ESPIRITO ATUANDO SOBRE A MATERIA, ASSIM AJUSTANDO NOSSAS MENTES COMO PEDRAS VIVAS PARA ESTE TEMPLO ESPIRITUAL QUE HABITA EM CADA OBREIRO.

O CINZEL É UM INSTRUMENTO USADO POR MAÇONS OPERATIVOS PARA DESBASTAR E REPARAR A PEDRA BRUTA, ENTRETANTO NOS MAÇONS LIVRES E ACEITOS, A UTILIZAMOS PARA MAIS NOBRE GLORIOSA CAUSA: O CINZEL É O SIMBOLO DO DISCERNIMENTO E DOS CONHECIMENTOS ADQUIRIDOS PELO NEOFITO, POIS REPRESENTA O APERFEIÇOAMENTO, POIS A EDUCAÇÃO E A PERSEVERANÇA SÃO NECESSARIAS PARA ESTABELECER A PERFEIÇÃO, COM ISSO CRIAMOS HABITOS VIRTUOSOS, ILUMINANDO NOSSAS MENTES E CORAÇAÕES.

O SIGNIFICADO DESSES SIMBOLOS, QUE POSSIBILTA UMA TRANSFORMAÇÃO INTERNA CABE A NOS MAÇONS, COMPREEDERMOS QUE DE NADA VALE O CONHECIMENTO SEM A PRATICA. E QUE NA BUSCA PELO APERFEIÇOAMENTO, DEVEMOS MEDIR NOSSAS AÇOES, NUMA CONDUTA SEMPRE RETA, AJUSTANDO NOSSAS MENTES, USANDO SEMPRE A INTELIGENCIA PARA SER JUSTO, POIS NA PRATICA DESSAS VISTUDES, DESENVOLVEMOS E MELHORAMOS A NOS MESMOS, ASSIM AUXILIANDO NO PROGRESSO E AO BEM ESTAR DA HUMANIDADE.
GOSTARIA DE AGRADECER, A TODOS OS IRMÃOS QUE ME AUXILIAM, FAÇO VOTOS DE PAZ E HARMONIA E QUE O GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO CONTINUE TRASMITINDO MAIS LUZ A VIDA DE CADA UM.

 Texto escritpo por Ap.'.M.'. Alan Barros dos Santos, ARLS do rio de janeiro, Orion n°1260, Mesquita. Le Droit Humain-Direitos Humanos

sábado, 24 de novembro de 2012

Por que existem potencias Regulares e Irregulares? GLUI VS GODF


 A Maçonaria Regular a partir do Século XVIII
Por que começar o debate por esta época?
A resposta é simples e evidente:
- Porque antes, só a partir de 24 de Junho de 1717, data considerada como oficial para a fundação da chamada “Loja de Londres”, embrião da futura Grande Loja Unida de Inglaterra, e da -Maçonaria dita especulativa-, se começa oficialmente a tornar necessário, o reconhecimento oficial entre “Irmãos” de “Obediências” diferentes. Até aí, e dentro do espírito da “Maçonaria operativa” bastava aos -maçons- reconhecerem-se entre si através de “palavras, toques e sinais”.
O diálogo “- É maçom”? ”Irmãos como tal me reconhecem” ultrapassava como deverá sempre ultrapassar, a “simples” fórmula ritualista.
Mas simultaneamente aqui começa a perversão do conceito de“regularidade” e a sua interligação com o de “reconhecimento”.
O Grande Oriente de França, potência hoje considerada irregular; adiante veremos por que, em pleno Século XVIII, afirmava “que era regular, todo o maçom que trabalhava numa Loja regular; sendo por sua vez regular toda e qualquer Loja que como tal fosse reconhecida pelo Grande Oriente de França. Mais concretamente; uma Loja dotada de constituições atribuídas ou renovadas pelo Grande Oriente de França único a poder concedê-las”… (1773 Art.ºs II e III da Constituição).
É já manifesto o equívoco entre regularidade e reconhecimento por um lado e por outro a falta de distinção entre a regularidade formal e o “trabalhar regularmente”. Trata-se de um equívoco histórico que tem sido alimentado, por razões distintas por várias Obediências, regulares e não regulares.
A verdade é que, quer queiramos quer não, tudo começa precisamente nas “Constituições ditas de Anderson” que marcam o início da transformação de uma Maçonaria profundamente teísta numa Maçonaria deísta. Por razões religiosas e sobretudo políticas.
Precisamente razões que as referidas Constituições impõem banir das discussões em Loja! Na realidade o que se pretendia era neutralizar a influência e supremacia dos Católicos stuartistas e é este tipo de comportamento que inicia outro grande equívoco histórico, o das condenações por parte da Igreja de Roma.
A partir daqui começa-se a impor o conceito “anglófilo” de que são regulares os maçons que pertencem a uma Loja regular a qual deve trabalhar à Glória de um “Ser Supremo”, o Grande Arquiteto do Universo”, Deus, Princípio Único e Criador de todas as coisas, obedecendo, portanto ao expresso nas “Constituições de Anderson”, e aqui se podem perguntar quais delas, se as de 1723, a que se reporta o G.O.D.F., o qual se inicia tecnicamente em 1738 e nasce politicamente em 1773, ou se as de 1737 a que se reporta a Grande Loja Unida de Inglaterra que só é constituída em 1813 e, hoje em dia, se refere também aos “Landmarks” de 1929.
Aparentemente levanta-se neste último raciocínio o problema de o Grande Oriente de França, figura de proa da dita “irregularidade” ser, afinal, historicamente anterior à Grande Loja Unida de Inglaterra, majoritariamente senhora da chamada “regularidade maçônica”, e daí ser discutível qual das duas -Potências- detém a legitimidade de atribuir regularidade e irregularidades.
Este ponto de vista, que é defendido pelo G.O.D.F. e “Potências” afins é, não pertinente e pela simples razão de que carece da pré-definição do que se entende por regularidade tradicional. Com efeito, o comportamento histórico do G.O.D.F., durante o Século XIX a partir de 1849, e mais concretamente em 1877 em que se torna facultativo a evocação ao G.A.D.U., o trabalhar com a presença do Livro Sagrado etc., é esse comportamento que se desvia do que estava anteriormente aceite e definido e que justifica o estigma de irregularidade que lhe é atribuído pela U.G.L.E.
Se por um lado, e no seguimento das idéias herdadas da Revolução Francesa, se poderá entender o alargamento do ideal maçônico a todo o tipo de homens, religiosos ou não, ou seja, adeptos de qualquer religião, ateus e agnósticos, em nome da fraternidade e da tolerância, por outro entra-se na imposição do “laicismo” que vai acarretar por sua vez um “anti-clericalismo” com os excessos que se conhecem e que entram pelo próprio Século XX. O que, precisamente, contraria esse mesmo ideal de tolerância!
As “Potências” que se alinham com o G.O.D.F. insistem em defender que a regularidade é um falso problema que apenas serve os interesses anglo-saxônicos e em particular os da Grande Loja Unida de Inglaterra. Este ponto de vista é, por sua vez, acompanhado freqüentemente de afirmações mais ou menos veladas de “vassalagem” das Obediências regulares à U.G.L.E.
Por sua vez as “Potências” regulares acusam as “irregulares” de “vassalagem” ao Grande Oriente de França e encaram-nas, freqüentemente, com certa suspeição eivada de fantasmas dos séculos passados.
Sabemos também que a “regularidade” não reconhece legitimidade nem às Lojas Femininas nem às Mistas, bem como, na maior parte dos casos, a certos ritos muito em voga na Maçonaria Sul-Americana.
Trata-se de um diálogo de surdos que, apesar de tudo, vai sofrendo evoluções. Por um lado começam a existir casos em que a U.G.L.E. admite mais do que uma Loja Regular por país. Por outro o conceito de “Ser Supremo”, o “Supreme Beeing”, começa a ficar cada vez mais diluído. Por outro, Obediências existem que trabalhando regularmente não são reconhecidas como tal. Afinal em que ficamos?
Tentemos então destrinçar o problema separando e definindo conceitos o que talvez nos obrigue a reequaciona-lo por completo.
Lojas Regulares e Trabalho Regular
Pressupondo que “trabalhar regularmente é trabalhar na presença do Livro da Lei Sagrada, respeitando as Constituições e Landmarks e, sobretudo, crendo e evocando o Grande Arquiteto do Universo, Deus, Criador de todas as coisas e acreditando na Imortalidade da alma,” Lojas há que, apesar disso não são reconhecidas como regulares.
Gostaríamos de colocar três questões que não deverão ser entendidas no âmbito nacional, mas universal.
O problema que se põe ao “Maçom Regular” será “devemos considerar os maçons que delas fazem parte como meus “Irmãos”?
Por outro lado maçons de Lojas “irregulares”, trabalhando “irregularmente” deverão ser considerados “maçons”?
E, finalmente, que dizer de “Irmãos” que dentro de uma Obediência pressuposta Regular não trabalham regularmente?… Serão “Irmãos”?
São três perguntas propositadamente provocatórias que colocamos em consideração.
Salvo melhor opinião é nosso entendimento que a resposta comum a todas estas questões é só uma: -”Sim, só e se eu os reconhecer como tal”.
Porquê? Porque é a resposta que desloca para dentro de cada um de nós o incômodo da pergunta. Tudo depende, afinal, do que se absorveu do ideal maçônico e das razões que nos levam a integrar a Ordem.
É evidente que a Maçonaria moderna obriga irremediavelmente a regras de convivência e reconhecimentos diplomáticos mútuos que terão de ser respeitados. Com certeza. Mas neste ponto, como noutros, o que interessa, é saber do que se está a falar concretamente.
E sem nos esquecermos que ao integrar Instituições livremente, que possuem determinadas Constituições e Regulamentos, teremos fatalmente que cumpri-los sob pena de uma promiscuidade perversa conduzir a uma anarquia prejudicial!
E se rejeitamos esse cumprimento apenas nos resta abandonar de fato essas Instituições. O fato de não haver visitas rituais entre Irmãos de Obediências regulares e irregulares não os impede de nutrir entre si uma fraterna amizade e uma sã convivência baseada na tolerância e igualdade.
Não há dúvida de que a – Maçonaria – fatalmente evoluiu e evolui todos os dias e que a Maçonaria de hoje não é exatamente a mesma de a de há trezentos anos!
Adivinho que algum de Vós já estará a dizer para com os seus botões “Pronto, olha que maneira airosa de concluir e ficar bem com todos”. Desculpem se os vamos surpreender e talvez mesmo chocar. Ainda não terminamos.
É verdade que concluímos as considerações. Mas apenas na área do ideal maçônico e das linhas mestras da ação exotérica da Maçonaria no mundo. E aí se aplica tudo o que foi dito antes. Porém, se entrarmos pelo lado esotérico e pela Tradição Iniciática as coisas complicam-se muitíssimo. Aí já se torna racionalmente incompreensível admitir a incursão de um ateu puro na esfera do sagrado, por exemplo. Aí teremos, de rever não o nosso conceito atual de Regularidade, mas o conceito atual de… Maçonaria!
E se formos demasiado exigentes, e entendermos que a Maçonaria de Tradição, que nos foi transmitida desde os mais remotos tempos até 1717 é que era a verdadeira Maçonaria, então seremos forçados a admitir que seja perfeitamente estéril discutir a Regularidade quando aquilo que nalguns casos se pratica muito pouco tem a ver com o que nos deveria ter sido transmitido.
Poderemos então até perguntar se essa Maçonaria ainda existe e sob que forma, em que Rito ou Regime.
E aí responderíamos quase pela negativa, embora onde ela exista numa forma mais próxima da Maçonaria de Tradição seja precisamente dentro de alguma Maçonaria Regular.
De qualquer modo o mais importante será, independentemente do que recebemos e praticamos conseguirmos um dia deixar este mundo melhor do que o encontramos e poder responder à pergunta – “Eras Maçom?” – Pelas palavras “Todos os meus Irmãos me consideravam como tal”!

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

A Essência do Estudo da Geometria



Construir templos implica saber medir as dimensões do espaço e do tempo. Os primitivos construtures-livres ou francos elaboraram bases operativas das quais a moderna franco-maçonaria especulativa conserva hoje a memória e o uso simbólico.

Duas peças fundamentais dessa Arte Real, que se mantêm centrais nos dias de hoje, são o esquadro e o compasso, colocados sobre o volume da lei sagrada, sempre que este está aberto na ara maçónica. Mas, o que medem hoje, em sessões de trabalho especulativas, estes instrumentos operativos?

Ao esquadro, que se considera fixo e ligado à matéria, atribui-se-lhe um carácter passivo, enquanto que ao compasso, instrumento móvel que se considera como símbolo do espírito, se lhe atribui um carácter activo. Em sessão de Loja, o compasso e o esquadro são colocados sobre o altar de três formas diferentes:
     No primeiro grau, o de aprendiz, o esquadro fica por cima do compasso aberto a 45 graus, simbolizando que a matéria se sobrepõe e domina o espírito;

     No segundo grau, o de companheiro, o esquadro é entrecruzado com o compasso, agora aberto a 60 graus, simbolizando o equilíbrio atingido entre a matéria e o espírito;

     Finalmente, no terceiro grau, o de mestre, o esquadro é colocado debaixo do compasso, aberto a 90 graus, simbolizando que o espírito passou a dominar e a transcender a matéria.
Sem dúvida, na actual maçonaria especulativa, o esquadro e o compasso são os instrumentos com que cada livre-construtor de templos se mede a si mesmo, avalia a acção do seu espírito sobre a matéria do seu corpo e da sociedade exterior, quantifica o grau da sua própria libertação, a sua independência em relação às condicionantes do mundo profano.

Porém, a leitura deste simbolismo deve ser ainda mais aprofundada.

Observando-se atentamente a sobreposição e entrecruzamento do esquadro e do compasso, sobressai de imediato a forma da Estrela Flamejante, pentagrama de profundo simbolismo iniciático desde a mais remota Antiguidade. Esta figura alude aos cinco sentidos do Homem e às forças subtis da Natureza. No seu interior, inscreve-se o  G , simbolizando o Grande Geómetra ou Grande Arquitecto do Universo.

Onde poderemos chegar com esta comparação? À compreensão de que a Geometria, na verdadeira tradição dos livres construtores de templos, não pode ser considerada uma disciplina como as outras, nem sequer distinta delas, mas sim como o sistema de referência fundamental, o sistema a partir do qual se efectuam todos os percursos intelectuais, morais e espirituais.

No mundo estático da Idade média, a fé implicava confiança absoluta em relação às hierarquias, com a emblemática solidez da afirmação selada pelo magister dixit. Só o pedreiros-livres, estudiosos da Geometria, constituíam uma excepção em relação ao imobilismo do dogmatismo reinante. Um geómetra, quando se inclina perante a palavra do mestre não o faz por ela proceder dele, mas sim por ela ter sido demonstrada. A relação mestre-aluno não assenta nem na confiança nem na submissão, é sim determinada pelo próprio exercício da transmissão de um conhecimento. O mestre diz ao seu aprendiz: «eis o que eu afirmo, eis como eu provo o que afirmo, e tu só o saberás depois de o teres verificado por ti próprio, com os teus instrumentos, o esquadro e o compasso».

De outro modo, não teriam sido erigidos ao longo dos séculos os edifícios majestosos dos templos, cuja perenidade testemunha a correcção das bases operativas usadas na sua construção.

Assim, é pela Geometria e pelo aprofundar do seu estudo que se introduz o espírito de pesquisa e se instala na consciência um modo de actuar que subverte o dogma da fé e conduz ao racionalismo. Reconheçamos que o mesmo pensamento que se desenvolveu a fim de estabelecer os planos dos templos e das catedrais preparou a supremacia da razão.

Partindo desta filosofia operativa dos primitivos construtures-livres, embora trilhando uma via atribulada e cheia de avanços e retrocessos, a moderna maçonaria especulativa amadureceu a ideia de que um homem pode ser digno de estima sem partilhar a mesma religião do seu irmão. Numa perspectiva dinâmica do mundo que se contrapõe ao imobilismo dogmático, o maçom, sem renunciar à sua própria fé, toma em consideração todas as ideologias e instala na sua consciência a ideia da tolerância, isto é, a ideia segundo a qual nenhum discurso tem o monopólio do verdadeiro, do bom e do belo, e que cada coisa é o estado transitório de uma perpétua metamorfose.

Pelo esquadro e pelo compasso, pelo estudo da Geometria, o maçom aprende que o espírito é o estado etéreo da matéria e que esta é o estado sólido do espírito, que as propriedades se diferenciam, mas não a natureza, que a movimentação social se torna fluída e as fronteiras entre as castas pouco nítidas e que a tradição se torna criativa porque cada um faz surgir sentimentos novos dos mesmos textos, caindo os muros que separam os homens.

É por isso que a via iniciática da Maçonaria se mostra capaz de voltar a unir Fé e Razão, Matéria e Espirito, Acção e Meditação e de recriar o homem total que retorna à Unidade Primordial, fazendo desaparecer os guetos e transformando todos os homens em irmãos.

Disse


José, E.'., A.'.M.'.
R.'.L.'. Bispo Alves Martins (Oriente de Viseu) - G.'.L.'.L.'.P.'.\G.'.L.'.R.'.P.'.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Acácia e a Maçonaria



A Acácia: planta símbolo por excelência da Maçonaria; representa a segurança, a clareza, e também a inocência ou pureza. A Acácia foi tida na antiguidade, entre os hebreus, como árvore sagrada e daí sua conservação como símbolo maçônico. Os antigos costumavam simbolizar a virtude e outras qualidades da alma com diversas plantas. A Acácia é inicialmente um símbolo da verdadeira Iniciação para uma nova vida, a ressurreição para uma vida futura.

NA LENDA DE H.'. A.'.

Ao cair da noite, o conduziram para o Monte Mória, onde o enterraram numa sepultura que cavaram e assinalaram com um ramo de Acácia. Quando, extenuados, os exploradores enviados pelo Rei Salomão chegaram ao ponto de encontro, seus semblantes desencorajados só expressaram a inutilidade de seus esforços. ... Caindo literalmente de fadiga, (um)... Mestre tentava agarrar-se a um ramo de Acácia. Ora, para sua grande surpresa, o ramo soltou-se em sua mão, pois havia sido enterrado numa terra há pouco removida. Esse “ramo de Acácia” criou vida própria, cresceu e tornou-se o maior Símbolo do Grau de M.'. M.'..

Em outra versão, os M.'. M.'. que foram a procura do Mestre H.'. A.'. encontraram um monte de terra que parecia cobrir um cadáver, e terra recentemente removida; plantaram ali um ramo de Acácia para reconhecer o local. Conforme uma terceira versão, a Acácia teria brotado do corpo do Resp.'. M.'. morto, anunciando a ressurreição de Hiram.

Sendo a morte de H.'. A.'. uma lenda, resulta evidente que existam diferentes versões, mas o importante é que todas elas coincidem na sua sepultura surgir um ramo de Acácia.

NA BOTÂNICA

A Acácia é uma árvore espinhosa que possui espinhos penetrantes, da família das leguminosas-mimosas, Acácia Dialbata. É dela que se extrai a goma arábica.

No texto original grego do Novo Testamento o termo usado é akanqwn (akanthon), que foi traduzido ao português tanto como Acácia ou como acanto, e que também pode significar espinho, espinhoso, etc. Esta palavra grega aparece em várias passagens da Bíblia mencionando a coroa de espinhos e também a árvore conhecida como shittah. A coroa de Acácia espinhosa na cabeça de Jesus é símbolo de sabedoria. Mas como devemos interpretar o gesto dos soldados romanos quando coroam Jesus com espinhos?

Podemos entender como mais um ato de crueldade com sentido unicamente pejorativo ou será que, aparentemente, houve alguém que conhecendo a simbologia encetada no ramo de Acácia induziu à soldadesca a usar este tipo de ramo?

NA ANTIGUIDADE

Em hebraico antigo o termo shittah é usado para Acácia sendo o plural shittin. Os povos antigos tiveram um respeito extremado pela acácia chegando a ser considerada um símbolo solar porque suas folhas se abrem com a luz do sol do amanhecer e fecham-se ao ocaso; sua flor imita o disco do sol. Entre os árabes, na antiga Numídia seu nome era Houza e acredita-se ser a origem de nossa palavra "Huzé". Também é chamada como Hoshea, palavra sagrada usada num capítulo do R.'. E.'. A.'. e A.'.. O sentimento dos israelitas pela Acácia começa com Moisés, quando na construção dos elementos mais sagrados é utilizada a Acácia (Arca, Mesa, Altar) devido, principalmente, por suas características de imputrescibilidade. Os Egípcios também a tinham como planta sagrada, mas Maomé ordenou que a destruíssem.

A Acácia é dedicada a Hermes - Mercúrio e seus ramos floridos relembram o celebre “Ramo Dourado”, dos antigos mistérios. Trata-se, efetivamente, da Acácia Mimosa, cujas flores se parecem pequenas bolas de ouro. É a planta de que fala a fábula de Osíris e o Rito Maçônico do Grau de Mestre. Essa planta teria florescido sobre o túmulo do deus, o iniciado, morto por Tifão e que era para fazer reconhece-lo.

NA BÍBLIA

Altar dos Holocaustos - "Farás o altar de madeira de Acácia. Seu comprimento será de cinco côvados, sua largura de cinco côvados e sua altura será de três côvados". (Êxodo, 27 - 1).

Arca da Aliança - farão uma arca de madeira de cetim (Acácia)... (Êxodo 25:10)

Mesa dos Pães Propiciais - farás uma mesa de madeira de cetim (Acácia)... (Êxodo 25:23)

Bete-Sita, no hebraico significa Lugar da Acácia, e no Atlas moderno aparece localizado no paralelo 32 e 30’ ao lado do rio Jordão.

A Bíblia é rica em alusões da madeira de Acácia dando para ela usos sagrados (a cruz do sacrifício de Jesus teria sido feita de Acácia) o que, por sua vez a converte em uma árvore sagrada. A Acácia é o Shittah ou Shittim no plural (Espinho em Hebreu), como o Pau de Cetim da Arca da Aliança (Êxodo, 35 e seus versículos).

A Acácia é considerada como árvore sagrada. Moisés, a pedido do Senhor, ordenou seu povo, enquanto descansava no deserto, ao pé do Sinai, usasse a Acácia - Pau de Cetim na fabricação do Tabernáculo e nos móveis nele usados - A Arca da Aliança, a Mesa dos Pães da Proposição, os Varais da Arca, os adornos, etc.
NA MAÇONARIA

Entre os rosacruzes, assim como em alguns ritos maçônicos já desaparecidos, ou de pequena expressão, na Europa, ensina-se que a Acácia teve a sua madeira utilizada na confecção da cruz, onde Jesus foi executado, o que é pura especulação.

Quando o Resp.'. M.'. pergunta ao Ven.'. Irm.'. 1º Vig.'. "Sois M.'. M.'. ? E o interpelado responde ”A A.'. M.'. é C.'." ele estabelece de imediato sua qualidade de Maç.'., o que, equivale a dizer "tendo estado na tumba, e triunfado levantando-me dentre os mortos e, estando regenerado, tenho direito à vida eterna". A interpretação simbólica e filosófica da planta sagrada é riquíssima e lembra a parte espiritual que existe dentro de nós que, como uma emanação de Deus, jamais pode morrer. A Acácia é, simplesmente, a representação da alma e nos leva a estudar seriamente nosso espírito, nosso eu interior e a parte imaterial de nossa personalidade.

Outra importante significação simbólica da Acácia foi dada por Albert Gallatin Mackey e Bernard E. Jones que ressaltam a Inocência e a iniciação; o grego akakia também é usado para definir qualidade moral, inocência ou pureza de vida. E do Maç.'., que já conhece a Acácia é esperado uma conduta pura e sem máculas.  Estima-se que em 1937 a Acácia nasce em nosso simbolismo junto com a Maçonaria especulativa, sendo a consciência da vida eterna. "Este galho verde no mistério da morte é o emblema do zelo ardente que o M.'.M.'. deve ter pela verdade e a justiça, no meio dos homens corruptos que se traiçoam uns aos outros".

Maçônicamente simboliza Inocência, Iniciação, Imortalidade da Alma (os 3 I.'.) e Incorruptibilidade, porém na lenda de Hiram simbolizou a Inveja, o fanatismo e a Ignorância. Incorruptibilidade, por isso, foram enterrados os membros de Osíris, num caixão de Acácia; Imortalidade, Ressurreição (renovação, metamorfose) de Osíris, Hiram e Jesus; Iniciação, pois a Imortalidade é o apanágio dos adeptos e Iniciados; Inocência, pois os espinhos representam aqueles que não se deixam tocar por mão impuras. Sendo da família da “mimosa” , como a planta “sensitiva”, fecha as folhas ao serem tocadas. Akakia (em grego) quer dizer sem maldade ou malícia. Quando O Maç.'. diz que a A.'. M.'. é C.'., significa que conhece a imortalidade da alma.

Na história de Jacques Molay, também, surge a citação de que alguns Cavaleiros disfarçados que colocaram Ramos de Acácia sobre suas cinzas quando as mesmas foram levadas para o Monte de Heredom. Três dos quatros Evangelistas a mencionam em seu Evangélio, Mateus (27:29), Marcos (15:17) e João (19:2), ligando-a ao “coroamento de Jesus”.

Concluindo, quando o M.'. M.'. responde A.'. M.'. é C.'., significa: Levantei-me do túmulo e saí com vida. Sou eterno, consciente de meu ser como homem livre e regenerado; estou cultivando o desenvolvimento de todas as minhas dificuldades, procurando engrandecer, amar e socorrer meus irmãos que tiverem justas necessidades; estou procurando significar minha existência, fazendo feliz a humanidade; a vida presente é a preparação da futura. A felicidade eterna do homem começará quando ele tiver alcançado a mais profunda paz, que resulta da harmonia e do equilíbrio perfeito, com a Sublime Luz do G.'.A.'.D.'.U.'..

A Acácia á a árvore da vida. Suas flores cegam, suas sementes matam, as suas raízes curam. A semente é o veneno; a raiz o antídoto.

Alcinei Feitosa
M.'. M.'. - ARLS Baluartes do Atlantico, Or de Caraguatatuba (São Paulo,